31 janeiro 2011

terras de endovélico


horizonte sem limites


nas margens desta ribeira nascem poejos...

hoje não há queijos
talvez
para a próxima vez

a planície
como se fosse o olhar
pela serra d'ossa
à vila do alandroal

terras de endovélico
divindade da idade do ferro
pré-latina
deus da medicina
terras de homens curandeiros

cristianização de antigos sitios pré-históricos


castelo de terena

largo do castelo velho
como dói
o vazio das ruas

sombras do passado

por esta gateira não passam mais gatos


ao fim da tarde
o olhar chega mais longe

perde-se o olhar
de tanto olhar

a noite vem
de mansinho
embrulhada
em xaile de frio
fininho

23 janeiro 2011

história de uma noite fria





era uma vez

uma noite fria
num país distante

nessa noite
a neve
 caía
caía
e 
ao cair
transformava-se
 em luz

nesse país estranho
 nessa noite fria
havia
uma semente


que nascia
alagando
a raíz da noite
no último dia
 do ano

naquela noite 
em terra distante 
e fria

 num repente

a noite
escura
ficou mais quente
da chama que em nós ardia

e a noite fêz-se branca
 branca
de tanta luz
de esperança

tanta