olivais velhos de moura
velhas oliveiras que alumiaram moura
com mil candeias
oliveiras de paz
árvores de luz
encontrei-vos
na poesia de um pátio andaluz
pelos olivais
que cercam moura
salúquia
ainda vagueia
e o seu olhar
doce como o azeite
é o de tantas
mouras
de negros olhos
como a negra noite
noites e noites a fio
em desafio
ou deleite
assomadas
em seu castelo
das ameias soltam sonhos
feitos estrelas
que brilham no céu
tão imenso
ou tão belo
como elas
e quando raiam as madrugadas
ei-las
que sem pressas
ei-las
que sem pressas
abalam
embaladas
num apelo
embaladas
num apelo
e não sei se elas
ou eu